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domingo, 6 de fevereiro de 2011

POETA



Sou uma placa de anúncio enorme
onde há mensagens
De um romance
aberto na página
onde a paixão superou
o medo do ridículo
Onde o exagero
e a verdade digladiam – se
porque perdi o medo
de expor sentimentos...

Deixem que entendam
de mim um louco...
um solitário...
um marginal...
um ilusionista...
(ah!que bela palavra!)

Estou na parte mais alta da cidade...
Vejo todas as luzes...
Eu sou o espaço entre elas...
Não o da escuridão...
mas o intervalo
que há entre a alegria e o choro...
O prazer e a vontade de buscar-lo...
Ou sou ao menos a curiosidade
Que eles nos trazem...

Ser poeta
é achar que tudo pode...
Dizer o que tudo pensa...
É essa distribuição sem pudor de reticência...
Expressa o que sente na hora...
Mas e as outras horas?
E os outros pensamentos?
E a força da censura?
Minha...
Sua...
Minha?
Sua?
Dos outros?

Tenho que me conter...
Nessas horas...

Mas e as outras?
E os outros?
E meus olhos ardendo nesse anúncio luminoso
de tanto ler sobre paixões?


Lupi

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