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segunda-feira, 16 de julho de 2012
SAUDADES
Com fotos espalhadas
Sobre a cama
e mãos confusas por serem só duas
e nada como escudo
sobrevivo de saudades...
Aponto as fotos com morder de lábios
Com toques de dedos perdidos
e com o que despejo dos olhos
Aprendo que minhas saudades não sabem datas
O que grava isso em mim é de propósito
desorganizado
E os quadros de minhas lembranças
Misturam-se com as fotos...
E as cores desbotam-se
Aponto os momentos...
Aqui cabia um sentimento a ser confessado
Ali um silêncio a ser escolhido...
Ter dito dos sorrisos
Dos vestidos
Dos abraços
E do turbilhão de amor que deixou em mim
vivo esse exagero de passionalidade
a que fui condenado...
Devíamos ter descoberto logo
o quanto brincávamos de abismo...
Luciano Lopes
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