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segunda-feira, 9 de julho de 2012

O BOM LADRÃO





Rodando ciranda com a existência
não sou brisa
ou jardins
Sou feito de tijolos
tirados de uma construção
e grafites de becos ambíguos
Nessa roda viva
vou perdendo as forças das pernas
e das mãos estendidas
vou entendendo
que não vou entender a vida
Entendo mais de fantasias
e me acostumo com essa sina...

Para sobreviver
tomo com astúcia
o afeto de quem me rodeia

Corrompidos pela minha coreografia
dissimulo charme
e aspirjo perfume
para disfarçar essa alma desagregada


Sou o ladrão que todos
torcem nos filmes
Essa parte é engraçada
a parte em que a protagonista
entra na ciranda
boca da noite
me traz sorriso
me traz noticias de outras terras
e me traz flores
e me faz brisa até a madrugada...
até que venha o amanhecer
que me faz tijolo...
que me faz beco...




Luciano Lopes

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