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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

NOTURNO



se eu disser que tenho medo da noite
tenho que desfazer todos os meus tratos
quem faz suas escolhas à noite
entende bem como é difícil o acerto
sou um veterano do medo
foi dele e da noite aberta
que articulei o melhor
foi abraçando o dorso
ao cobertor e a insônia
até amanhecer
que fiz o nascer ou morrer
desejei a morte para mim sem dor
desfiz os amores em ensaios
ruminei a mágoa até a acidez
perdi o medo do medo de qualquer nudez
diluí ansiedade pela última vez com escoras
até a próxima noite...
dei um grito aos ouvintes que ignoravam
o silêncio a quem queria tanto que eu falasse

na luz do dia nem sempre é romper ou fechar pactos
não custa nada esperar um pouco menos de luz


Luciano Lopes.


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