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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fábula


Devo rever alguns conceitos
mas não vou mudá-los...
Devo rever alguns defeitos
mas devo mantê-los
Devo rever algumas mágoas
mas devo remoer-las
entre ranger de dentes
Devo rever minhas saudades
mas devo protegê-las em suspiros
Devo rever minhas prioridades com urgência
mas devo mesmo, como sempre adiar um bocadinho mais...
nesse universo paralelo em que eu vivo
é bem mais funcional lidar com essas coisas...

Luciano Lopes.

1ª morte

Apesar da sutil similitude dos pecados capitais, a cobiça e a inveja não são pecados meus, e eles me espreitam hoje... Já é uma luta desigual a que eu travo contra a vaidade. Perco dez de cada dez pelejas que travo contra ela... Não arrefece cortar na carne...A solução de continuidade ri e confirma, que sempre agi deixando a razão fora das minhas decisões...Apesar de bater no peito com orgulho, e dizer que minha alma foi forjada nos guetos...Ando por um “triz” de aceitar a fragilidade quase como um remédio...Acho que eu vou logo ali. Tenho que buscar um reservado para essa morte. Sempre sofro quando escrevo, mas hoje estou com todos os sintomas... E não posso beber,nem chorar e nem gritar...Repartições públicas são lugares perfeitos para conseguir uns dias de folga por distúrbios psiquiátrico.

Luciano Lopes.

sábado, 5 de maio de 2012

URGÊNCIA




Então a gente combina assim...
Eu e sua silhueta...
a noite é um convite
o sabor que sinto
na minha boca é agridoce
 o cheiro que sinto é amendoado...
a lua é um holofote que ilumina só os contornos apropriados
...mais perfeito que isso  
só se o tato com o arrepio
fosse imediato...

Lupi Poeta.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

MARIZA

Logo cedo, depois do café, que nunca é amargo o bastante, para sucumbir seus sonhos, ela sai para enfrentar o “tronco” onde lhe açoitam tantas realidades que marcam alma inteira... E apesar das cicatrizes, nunca atingram seu rosto suave e seus olhos de uma nudez que grita beleza... Suas vestes de luta a toga para enfrentar as várias faces de “deus”...que descumpre a promessa de deixar tudo ao livre arbítrio...Ela, resignada sente na carne a dor proferida a outra carne, que o ranger dos dentes estava escrito na hora que foi parido...E Ela ainda sofre com a parte que pariu,pois é a que mais sofre como ordenou a própria ordem das coisas... Ao fim do dia decidi entre o vestido branco ou a saia de seda laranja... Há de ter alguma armadura para manter a feminilidade que por descuido Deus lhe deu de forma profusa...

Luciano Lopes