Seguidores

quarta-feira, 28 de março de 2012

POETISA



Como se fosse um regato
de margem tão suave que os pés
judiam...
O barulho que faz ao primeiro despertar
é a umidade da própria vida
Ah! deixa vir o sorriso a tua boca madura
Deixa o cheiro do viço de mulher sensível
espreguiçar a primeira luz
Toma conta da gente hibridamente
Embalando almas nossas
com sonhos seus
realizações suas...
É assim o dia do nascimento de uma poetisa
Vê-se passando as flores pelo riozinho
uma a uma contado uma história linda
que se envolve em uma aventura
do dom da vida dedicada a descrever beleza
A contar de paixões,de cores
Uma flor mais perfeita que a outra
Vai contando os anos seus
Que não conto até o fim
Seria indelicadeza desse outro vate
Contar a idade
Segredo sempre do charme da mulher
que você é em plenitude
Procura harmonia margem sua...
Mas não tentem tomar a paz da poetisa
Não a façam chorar de tristeza e dor
que seu riozinho toma proporções
de mudar as ilhas todas a sua volta.

Luciano Lopes

MARIA



Chamo-te durante a noite
Já não me escutas?
Provoco-me um prazer burocrático
Que roubo de Anas, de Saras,de Marias...
Arrisco-me a dizer que és de
ti, Maria, que sinto mais saudade...

Quando foi que passaste a subestimar
a minha alma livre?
Já não me escutas?
Tenho que subtrair da imortalidade
a morte dessa noite
e minha saudade exausta,
quase desertora...
Já que não me escutas mais...

Não há verdades em minhas
palavras de desatenção,
Por que verás, ao entrar em meus
espaços, que há vestígios teus por
todos os lados.

Luciano Lopes

segunda-feira, 26 de março de 2012

ESPERA



Quis...
mas não bastam apenas meus desejos
que estão vencidos hoje...
Com o entusiasmo acuado
que adianta meu querer
Se o que tenho são lembranças
e imagens turvas suas?

Que se foi sem medo da revelia
e dos meus julgo ansiosos...
O amor tem como enfeite a reciprocidade
que não tive...
O que sobrou foi esse cansaço causado pelos suspiros
E esse sorriso e fechar de olhos a cada lembrança sua

Ah! Mas se você voltar!
Verá que a dureza de minhas mãos
e dos meus olhos
provocadas por minha resignação exausta
não condiz com o conforto que meu coração
dedicou a esperança da tua volta...

Luciano Lopes

MEUS PERSONAGENS



Vou deixar que me decifrem
dia desses...
Mas dessa devassa arriscada,
sobre olhares suspeitos
de meus personagens
em risinhos pervertidos,
de quem imagina serem donos de segredos
e não são...
Digo...
contem a eles que
não se acha nada em mim a não ser eles mesmos...

Eu os alimentei com meninices tantas
e cirandas que participei e vi passar...
com vaidades minhas...
e com as que não eram minha
que se amanharam magoas
e outros pecados tantos
que nem sei
e nem eles
o que é pecado mais...

Mas há algo fácil de ler...
Não vão encontrar coisas
que ensinem nada à medicina
ou à filosofia...
Melhor que deixem os loucos sem cura
e os postos em paixão continua
com esse infortúnio curioso...
Esse tipo de gente
competem certo
de que qualquer coisa fora
do contesto que não seja
o risco total pela alegria
não faz a vida valer à pena...


Luciano Lopes.

sábado, 24 de março de 2012

PASSEIO DO POETA



As vezes tomo um caminho dispersos
acreditado alucinadamente contemplar
mais do que a visão alcança
Tolice dissimular que eu possa entediar-me
se imaginação tenho com mais força
que a razão...
Tenho essa visão doidivanas das coisas
deixo ficar meus olhos mais atentos
deixo minhas fantasias tomarem conta de mim
ando devagarzinho desviando das emendas das calçadas

Ah! como são bela as cores das coisas todas
caleidoscópica é minha compreensão delas...

Há uma moça na janela
Perturbo-me com seu jeito feminino
e um olhar perdido
Reconheço meu olhar no dela
Apaixono-me irremediavelmente
Sempre me apaixono por um instante do dia
não conto novidade nenhuma
Só que meus escritos
já tem compromisso certo com os suspiros...
Ela se afasta
Decoro seu semblante
e eu sei já sorrir...
Foi assim que aprendi
Não sirvo para paixões longas
Estou mais para lembranças
nunca as perco...
Deixo para os cronistas descrever socialmente o que a cidade oferece
Eu, egoísta, fico com as cores
com os vultos que vejo
com os imagináveis
Com as historias que tomo posse dos edifícios
das esquinas,
dos becos
e as paixões que invento
e as que deixam em mim.


Luciano Lopes.

sexta-feira, 16 de março de 2012

DESABAFO



Eu estou na vida para ser do bem
Cercar-me de pessoas do bem
Para ser feliz
Para crescer como ser humano
Não procuro a perfeição
Procuro fugir do defeito total...
Eu falo com “gentes”
Gosto de ouvir “gentes”...
Mas falar mal por falar mal
esse quem lhes escreve
não fala não!
Quero ficar longe de intrigas
Perto da sensibilidade
Longe da inveja
já que a vaidade provoca-me
Quero o bem querer das pessoas
Ah! Não falem mal de mim quem não me conhece
Já basta a injustiça que fazemos uns com os outros
Mania tola das pessoas de adivinhar os outros
por qualquer gesto tresloucado...
Logo eu que sou meio estabanado a primeira vista...
Tenho dores e amores
Tenho erros enormes
Ansiedades e vontades...
Eu tento ser simples
Não quero ser simplório
Eu quero mais é ser muito feliz
e tentar não deixar ninguém triste...
Se eu estiver deixando alguém triste
Deixe-me...
Deixe-me...
De tudo, o que mais sei
é que sei ser um ermitão.

Luciano Lopes

quinta-feira, 15 de março de 2012




...

NOS DÃO APRAZADAS

PORÇÕES DE ALEGRIA

TÃO POUCA...

EU QUERIA MAIS...

ISSO DE ALEGRIA

VICIA A GENTE ...


Luciano Lopes

QUEM SOU EU?A SAUDADE?




Sou o momento que o orvalho deixa de namorar a flor
E se torna apenas mais uma gota no rio
As marcas dos dedos femininos
deixados na umidade da taça de vinho vazio
O consentimento perdido do beijo esperado
A despedida do telefonema desejado
em que não se diz, nem se ouve as palavra
imaginadas...

A adolescência que me abandonou
Deixando aqui um corpo maduro
Que sabe de cor as cambalhotas
e aventuras tantas
mas que não se atreve mais os riscos...
Mas sou também o cheiro que sua nuca
deixou em minhas mãos...
Sou a esquina que dobra a rua
que leva ao quarto
que leva ao canto
que acende o abajur
que abre o caderno
que cheira a mão esquerda
e escreve com a mão direita
como foi bonito de se ver o momento exato
em que a lua de hoje apareceu atrevida como nunca!

Luciano Lopes.



SER POETA NÃO É SÓ ESCREVER FRASES
DE EFEITO
DE ENFEITE
COM MORAL
AMORAL
DE AMOR
DE DESAMOR
DE PROTESTO...
SER POETA É UM ESTADO DE ESPIRITO!

Luciano Lopes

ANSEIOS DE POETA





Inspirado em Hanna Brescia.

Sabe o que eu gosto de fazer
com o que eu escrevo?
gosto de deixar marcado
nas retinas das “gentes”
os seus melhores gritos...
No coração “delas”
acordar a sua sensibilidade
mais atrevida...

Luciano Lopes

terça-feira, 13 de março de 2012

DE MINHAS MÃOS CASTELOS




Sou como uma ampulheta
E cada grão de areia
que escorria dela
é como uma pessoa
que passou em minha vida
e deixou mais amor em mim
do que eu merecia...
mais almas fartas de colorido que a minha distinguia
eu fingia não doer tanto quando escorria de minhas
mãos o que achava que colecionava como ostentações
Tentava acudi em dedos já rijos o que já nem era meu
Por falta de cuidados...

Mas em minhas mãos suadas
envolvia pouco dessa porção que do me doaram...
Tentava desesperadamente recolher de volta
o que dela escorreu
com minhas mãos bisonhas o que me deram...
Mas delas fugia mais escorregadias ainda
pois já não me pertencia mais...

Formaram duna de carinhos que nem mereci...
onde vagueava pegadas dum desajeitado
e rude aprendiz do valor do afeto
pelo afeto...
Devaneio...contesto!
Como quem tenta enganar o tempo vou virar
o que é em mim essa ampulheta...
Como quem precisa resgatar
o bem que espalharam em minha volta...
Devo ter outra chance de ver cheio meu coração
do amor que me deram...
Vou tentar ter as mãos mais firmes
um coração mais menino
com mais devaneios...
anseios mais ingênuos
Com essa areia construirei um castelo de baile
Há de ter alguém que dance comigo
uma música que deixarei que meu par escolha
para eu exercitar o desapego...

Luciano Lopes.